Logo depois de Lula assumir a presidência da República, no início de 2003, os petistas criaram a expressão “herança maldita”, para se referir ao governo de Fernando Henrique, que o antecedeu no posto. Embora boa parte dos problemas existentes na época – a alta da inflação, a explosão do dólar, a sangria de divisas do País e a desaceleração da economia – fosse decorrente da insegurança gerada no mundo dos negócios pela ascensão de Lula, a expressão “pegou” como cola Super Bonder. Mas, como diz o velho dito popular, o feitiço acabou virando contra o feiticeiro. Com o legado perverso que Dilma deixou para o seu sucessor, Michel Temer, a expressão ganhou uma atualidade constrangedora.
Além do desemprego recorde, da recessão interminável e dos escândalos em série de corrupção, as contas públicas entraram no vermelho. O colapso das finanças públicas foi turbinado por desonerações bilionárias, para setores selecionados a dedo nos gabinetes oficiais, e pelo crédito farto do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a juros subsidiados, para empresários com conexões em Brasília. Foi alavancado, também, por um esquema “industrial” de corrupção, que drenou dezenas de bilhões de reais dos cofres públicos, pela distribuição de benesses a granel para o funcionalismo e pela gestão temerária da Previdência Social, com a concessão de benefícios que não cabem no orçamento do governo. “A situação fiscal é pavorosa”, diz o economista Antonio Delfim Netto, ex-ministro da Fazenda, do Planejamento e da Agricultura. “O Brasil quebrou”, afirma o economista Paulo Guedes, presidente do conselho de administração da Bozano Investimentos.
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