O presidente mundial da General Motors, Richard Wagoner, tem hoje uma das missões mais difíceis no mundo dos negócios: recuperar o posto de maior fabricante global de veículos, perdido para a Toyota em abril. Ele aposta em países emergentes, como China, Índia e Brasil, e na união de talentos e recursos da empresa em todo o planeta para fortalecer sua participação de mercado. Na semana passada, às vésperas de uma visita à base da GM em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, Wagoner falou a Época sobre o futuro da indústria automobilística e os atuais desafios da empresa.
ÉPOCA – Em abril, a Toyota ultrapassou a GM e tornou-se a maior fabricante de veículos do mundo. O que a GM deverá fazer para voltar ao topo?
Richard Wagoner – A fórmula está muito clara para nós. Temos de ter ótimos produtos e crescer principalmente nos mercados emergentes, em particular na China, na Índia e no Brasil. A GM tem uma extensa rede global. É uma grande vantagem competitiva que pretendemos explorar para reforçar nossa participação de mercado. Também devemos continuar a buscar o equilíbrio e a redução de custos. Caminhamos bastante nesse aspecto nos últimos anos, mas ainda há muito a fazer para chegar aonde queremos.
ÉPOCA – O senhor falou sobre os mercados emergentes. Nos Estados Unidos, o maior mercado global, o que a GM pretende fazer para reforçar sua liderança?
Wagoner – Nosso principal desafio é investir na qualidade de nossos produtos e serviços. Nos EUA, nossa marca perdeu prestígio.Temos de fazer um trabalho melhor para que o consumidor volte a respeitá-la como antes.
ÉPOCA – Como a GM pretende competir nos mercados emergentes com a nova geração de carros baratos, produzida por empresas como Renault ou Tata, da Índia?
Wagoner – Mais que tudo, vamos tentar usar os ativos que temos globalmente. O grande desafio é conseguirmos fazer isso de forma mais efetiva. A GM do Brasil é um grande ativo para nós, porque fabrica produtos de alto valor agregado e baixo custo. Temos uma parceria de grande sucesso na China com uma empresa chamada Roewe’s. Estamos aumentando nossa presença na Índia, um país muito competitivo em termos de custo. Historicamente, os produtos da Daewoo, da Coréia, também têm custos competitivos. O que estamos fazendo é usar nossas bases, aumentá-las em algumas áreas e talvez integrá-las de forma mais eficaz para apoiar o crescimento do mercado.
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