O empresário Reed Hastings reinventou o negócio de distribuição de filmes, ao lançar, em 2007, um serviço pioneiro de aluguel pela internet. Hoje, oito anos depois, a Netflix alcançou, segundo ele, mais de 70 milhões de assinantes em 190 países, entre eles o Brasil, onde está presente desde 2011. Neste início de ano, a empresa fez seu maior movimento de expansão, ao oferecer o serviço para mais 130 países e incluir conteúdo em árabe, coreano e chinês. Em 2015, as ações da empresa, cujo valor de mercado chega a US$ 50 bilhões, subiram 140%, uma das maiores valorizações das Bolsas nos Estados Unidos. Nesta entrevista a ÉPOCA, Hastings fala sobre o crescimento no Brasil, o lançamento da série brasileira 3%, previsto para este ano, e o futuro do cinema e da TV na era da internet. “Ainda vai levar uns 20 anos, mas o sistema de distribuição de programas de TV pela internet vai tomar o lugar dos outros – sinal aberto, cabo e satélite”, afirma.
ÉPOCA – Recentemente, o senhor disse que o Brasil era como “um foguete” para a Netflix. Por quê? O desempenho da Netflix no Brasil o surpreendeu?
Reed Hastings – Quando comparei o Brasil a um foguete, estava me referindo ao crescimento do número de assinantes da Netflix. Há quatro anos, lançamos a Netflix no Brasil. Foi o primeiro mercado que exploramos fora da América do Norte. Estávamos tão ansiosos em expandir a Netflix no Brasil que acabamos indo rápido demais. Não tínhamos o sistema de pagamento certo nem a dublagem certa. Muitas vezes, as legendas tinham erros de tradução. Levou de seis a nove meses para acertar isso. Hoje, o Brasil é um de nossos maiores mercados.
ÉPOCA – Em 2015, segundo projeções do setor, o faturamento da Netflix no Brasil deverá chegar perto de R$ 1 bilhão (US$ 250 milhões), com quase 4 milhões de assinantes. Se fosse uma rede aberta de TV, a Netflix estaria em quarto lugar em receitas, à frente da Band e da Rede TV!. Como o senhor explica esse desempenho?
Hastings – Esses números não são oficiais. Não abrimos nossos números de países específicos, apenas nos Estados Unidos. No mundo, temos mais de 70 milhões de assinantes. Acredito que crescemos rapidamente no Brasil porque a internet oferece vantagens. Você pode assistir no meio da noite, à tarde, quando quiser. Você pode assistir em qualquer tela: no celular, no notebook ou na TV. E nosso sistema tem a capacidade de conhecer seu gosto e fornecer boas recomendações. Ao lado da expansão da banda larga, são três grandes vantagens que explicam nosso crescimento no país.
ÉPOCA – Há pouco tempo, a Netflix anunciou a produção da série 3%, a primeira feita totalmente no Brasil. Quais são os planos da Netflix para o país?
Hastings – A série 3%, que está em produção, ficará pronta neste ano. Parte da equipe que está trabalhando na série trabalhou em Cidade de Deus, como César Charlone, que foi o diretor de fotografia do filme e é o diretor da nova série. Pretendemos fazer mais no Brasil, mas não posso adiantar nada por enquanto.
Leia a entrevista completa de Reed Hastings publicada na revista Época
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