“O experimento desenvolvimentista fracassou” Para dois professores da FGV, no governo Dilma o país não cresce, a indústria encolhe, o investimento é baixo, a inflação fica acima da meta e os indicadores sociais estacionam

Em artigo publicado hoje no jornal Valor Econômico, os economistas Pedro Cavalcanti Ferreira e Renato Fragelli Cardoso, da Escola de Pós-graduação em Economia da FGV, detonam o tal do “Manifesto dos Economistas pelo Desenvolvimento e pela Inclusão Social”. Divulgado no início de novembro por economistas de esquerda que apoiam o governo do PT, o manifesto critica a adoção de uma política de austeridade para combater a inflação e defende a manutenção do desenvolvimentismo adotado pela presidente Dilma até agora.

Confira o texto publicado originalmente no site da revista Época

“Com uma retórica inspirada em João Santana, (eles) denunciam aqueles que defendem a austeridade fiscal e monetária ‘exigindo juros mais altos e maior destinação dos impostos para o pagamento da dívida pública, ao invés de devolvê-los na forma de transferências sociais, serviços e investimentos públicos’”, afirmam os articulistas. “A realidade, entretanto, é que o experimento desenvolvimentista fracassou. O país não cresce, a indústria está encolhendo, a taxa de investimento mantém-se baixíssima, a inflação – mesmo com todos os controles de preços – permanece acima do teto da meta, o déficit em conta corrente mantém-se alto e os indicadores sociais apresentam estagnação.”

Segundo Ferreira e Cardoso, o manifesto dos desenvolvimentistas reconhece que “é fundamental preservar a estabilidade da moeda”. Mas, lido e relido o documento, dizem eles, não se encontra qualquer proposta para reduzir a inflação, mas sim ataques veementes a qualquer estratégia coerente para combatê-la. “O que propõem esses economistas?”, perguntam. “Mais do mesmo, nenhum ajuste.”

“É indesculpável a estratégia retórica de rotular aqueles que deles discordam como ‘porta-vozes do mercado financeiro’”, dizem os professores da FGV. “Isso beira a desonestidade intelectual. Possui um eco stalinista muito comum aos partidos tradicionais de esquerda do passado: ‘Eu sou de esquerda, defendo a classe trabalhadora e portanto estou certo; você discorda de mim, logo é de direita e está contra os trabalhadores, portanto está errado’.”

Leia o artigo dos economistas Pedro Cavalcanti Ferreira e Renato Fragelli Cardoso em http://www.valor.com.br/opiniao/3784334/o-manifesto-do-retrocesso

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