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“O consumidor hoje está mais cético” O sociólogo americano Hy Marianpolski diz que ele se tornou um comprador melhor e quer ser tratado como um ser inteligente

O consultor e sociólogo americano Hy Mariampolski é um dos pesquisadores mais antenados nas novas tendências globais de consumo. Segundo ele, os consumidores hoje estão mais céticos e já não acreditam em tudo o que os marqueteiros falam. “Os consumidores querem ser respeitados, ouvidos e tratados como seres inteligentes”, diz. Para Mariampolski, a internet deixou as empresas mais vulneráveis. “Não dá mais para enganar ninguém”, afirma. “Se algum produto não funcionar no Japão, podemos descobrir de forma instantânea nos Estados Unidos ou no Brasil.” Recentemente, ele esteve no Brasil a convite do Instituto Coppead de Administração, ligado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Nesta entrevista, ele fala a ÉPOCA sobre as transformações que estão ocorrendo nos hábitos de consumo em todo o mundo e como as empresas estão se adaptando ao novo cenário.

ÉPOCA – Quais são as principais mudanças no comportamento do consumidor?
Hy Mariampolski – Os consumidores estão buscando mais valor em todos os tipos de produto, sejam eles tecnológicos, de higiene pessoal ou alimentos. Também esperam que sejam mais fáceis de usar, mais amigáveis. Não estão mais aceitando, por exemplo, celulares que os obriguem a gastar horas para entender como funcionam. Há uma expectativa alta em relação à qualidade de produtos e serviços.

ÉPOCA – E em relação à responsabilidade social e ambiental das empresas? O consumidor leva isso em conta na hora de comprar?
Mariampolski – Há uma preocupação crescente com a responsabilidade social e ambiental. Os consumidores querem que a imagem de responsabilidade social das empresas não seja só marketing, mas tenha base em políticas e programas efetivos. Na nova economia global, as empresas estão vulneráveis. Isso é conseqüência da velocidade cada vez maior das comunicações. Se você não estiver tratando seus trabalhadores bem em Sri Lanka ou Bangladesh, isso se torna conhecido rapidamente. Pode machucar sua marca.

Leia a entrevista completa publicada pela revista Época