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Michael Dell: “Vamos apostar no varejo para crescer” O fundador da Dell, um dos principais fabricantes de computador, diz que vai investir em produtos portáteis

O empresário Michael Dell, fundador da Dell Computer, um dos maiores fabricantes mundiais de computadores, está de volta à ativa. No início de fevereiro, depois de a Dell registrar lucros menores que os esperados em 2006 e de perder a liderança global na área para a HP, ele decidiu reassumir a presidência executiva da empresa. Havia deixado o cargo em 2004, para integrar apenas o conselho de administração.

Segundo Dell, de 42 anos, o desafio de aumentar os lucros da empresa e fazê-la crescer como antes está ocupando toda a sua agenda. Por isso, cancelou na última hora a viagem que faria ao Brasil para inaugurar uma fábrica em Hortolândia, no interior de São Paulo, no dia 14. Em seu lugar, virão o vice-presidente sênior, Paul Bell (Bell mesmo, e não Dell), e o presidente global de operações, Michael Cannon. Dell afirma que pretende crescer no varejo, com o lançamento de produtos, em vez de só fazer vendas diretas aos clientes, como acontece hoje. Também faz previsões sobre o futuro da tecnologia. “Em cinco anos, as diferenças entre um computador de mesa, um computador de mão e um celular não serão tão claras quanto hoje.”

ÉPOCA – Como o senhor pretende fazer a Dell crescer como antes?
Michael Dell – Nos últimos seis anos, nosso faturamento anual cresceu de US$ 30 bilhões para US$ 57 bilhões. Acho que nenhuma outra empresa do mundo conseguiu isso. Então, como você pode ver, nós sabemos o que fazer para crescer. Há muitas oportunidades de crescimento em países emergentes, como o Brasil, Ásia, Leste
Europeu. Por isso, estamos expandindo nossos negócios no Brasil. O Brasil vai crescer, o número de computadores no país, hoje de cerca de 35 milhões, deverá se multiplicar. Com a queda dos preços, mais pessoas desejarão comprar computadores – para educação, negócios, uso doméstico, entretenimento, para tudo. Vemos pela frente um mercado em franco crescimento para a Dell.

ÉPOCA – Desde que voltou à presidência, quais as principais medidas que tomou?
Dell – Nós definimos a estratégia da empresa de forma muito mais clara para a nossa equipe. Definimos objetivos muito claros para o curto prazo, como aumentar nossa presença nos mercados de consumo e em mercados emergentes. Definimos também nosso investimento de longo prazo em prestação de serviços, pequenas e médias empresas e lançamento de novos produtos para o mercado de consumo. Agora, o que precisamos é executar, manter o foco e captar as idéias e a imaginação de nossos clientes e de todos os nossos funcionários.

ÉPOCA – O modelo de vendas diretas ao cliente, adotado desde o princípio pela Dell, está superado?
Dell – Com um faturamento de US$ 57 bilhões em 2006, fica difícil dizer que esse modelo está superado. Se você separar o mercado em duas vertentes, a corporativa e a de consumo, verá que não é bem assim. No mercado corporativo, nós somos a número um do mundo. Nas maiores economias mundiais, somos a número um. No Brasil, também. Esse é um modelo vencedor.

Leia a entrevista completa publicada na revista Época