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“Eu sempre fui otimista em relação ao Brasil” Para o banqueiro americano William Rhodes, que representou os credores do país na crise da dívida externa, o Brasil não é mais o país do futuro, mas do presente

O banqueiro americano William Rhodes conhece os meandros da economia brasileira como poucos financistas internacionais. Hábil negociador, Bill Rhodes, como todos o chamam, coordenou o comitê de bancos credores do Brasil na crise da dívida externa, na década de 1980, e foi um dos principais executivos globais do Citibank, então o maior banco estrangeiro do país. Ele não se mostra surpreso com o fato de o Brasil ter se tornado o queridinho dos investidores estrangeiros nos últimos anos. “Eu sempre fui otimista em relação ao Brasil, mesmo nos momentos mais difíceis”, afirmou a ÉPOCA, durante uma passagem recente pelo Rio de Janeiro, para participar do capítulo latino-americano do Fórum Econômico Mundial. “O setor privado do Brasil é um dos mais fortes do mundo.”

ÉPOCA – O senhor se envolveu com o Brasil na época da crise da dívida externa, nos anos 80, quando o país era o patinho feio do sistema financeiro internacional. Hoje, o Brasil se tornou um dos queridinhos dos financistas e investidores globais. Como o senhor vê essa transformação?
William Rhodes – Eu sempre fui otimista em relação ao Brasil, mesmo nos momentos mais difíceis. Nos últimos 16 anos, o Brasil alcançou sua estabilidade econômica e o setor privado brasileiro é um dos mais fortes não só na América Latina, mas em todo o mundo. Estou muito otimista com o Brasil hoje. No passado, durante as décadas de 80 e 90, muita gente falava que o Brasil era o país do futuro. Para mim, o país do futuro virou o país do presente.

ÉPOCA – Na época da moratória, em 1985, muita gente no mercado financeiro local e externo tinha uma visão apocalíptica. Mesmo naquele momento o senhor se manteve otimista?
Rhodes – Sempre acreditei que aquele seria um período de curta duração, que o Brasil iria mudar a rapidamente. Isso aconteceu com a adoção do Plano Real, implementado por Fernando Henrique Cardoso e sua equipe, quando ele era ministro da Fazenda, em 1994. O resto é história.

ÉPOCA – Qual é a explicação para tanto otimismo?
Rhodes – Há muitas oportunidades no Brasil, em todos os setores da economia – agricultura, petróleo, gás, etanol, energia elétrica, aviação. Como disse, o setor privado brasileiro é um dos mais fortes do mundo.

Leia a entrevista completa publicada na revista Época