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“Decidimos fazer um bigue-bangue” O banqueiro Fabio Barbosa, presidente do Santander no Brasil, revela que, em semanas, as agências do Real serão convertidas em agências do banco espanhol

Dois anos e meio após o Santander compra o ABN Amro Real, o banqueiro Fabio Barbosa ainda está às voltas com a integração das duas instituições. Enquanto o Itaú, que se uniu ao Unibanco quase um ano depois, padroniza desde janeiro o visual das agências, o Santander nem começou. Faz apenas dois meses que Real e Santander se reuniram no mesmo endereço, um moderno edifício na Marginal Pinheiros, em São Paulo. Isso tem levado alguns analistas a questionar se a integração não estaria lenta demais. Nesta entrevista a ÉPOCA, Barbosa diz que a percepção não corresponde à realidade. Afirma, também, que não há pressão da matriz para apressar o processo e que, em poucas semanas a partir de junho ou julho, as agências do Real serão todas convertidas em agências do Santander.

Época – Faz dois anos e meio que o Santander comprou o Real do ABN Amro, da Holanda. Até hoje os dois bancos continuam a atuar com marcas diferentes. Por que isso está demorando tanto?
Fabio Barbosa – O processo de integração só começou, de fato, em julho de 2008. Embora o negócio tenha sido fechado em outubro de 2007, só recebemos o o.k. para fazer a divisão do ABN entre os vários compradores quase um ano depois. Como a compra do Real foi anunciada antes, algumas pessoas podem ter a sensação de que a integração está levando mais tempo do que deveria. Eu mesmo, apesar de ter sido indicado como presidente do Santander Brasil em março de 2008, só assumi em julho. Desde o princípio, o plano era fazer a integração em dois anos – e o prazo está dentro do previsto.

Época – No Itaú, que anunciou a fusão com o Unibanco no final de 2008, a integração das agências já começou. Por que esse processo está tão atrasado no Santander?
Barbosa – Decidimos fazer um bigue-bangue – uma conversão rápida das agências, em vez de fazê-la de forma gradual. Isso não quer dizer que todas as agências do Real serão convertidas para o padrão do Santander numa noite só, mas num período curto de tempo, de semanas. Deverá ser em junho, julho, por aí. Mais importante que fixar a data é minimizar o incômodo para os clientes. Queremos ter certeza
de que os sistemas funcionarão de forma adequada e evitar a troca das senhas
e dos números de contas-correntes.

Época – Comenta-se no mercado que haveria pressão da matriz para acelerar a integração. É isso mesmo?
Barbosa – Não existe nenhuma pressão para acelerar o processo. O estrago que poderia ser causado em função da aceleração da integração seria maior que o benefício. A maior demonstração de confiança e expectativa da matriz no Brasil foi o IP O (sigla em inglês para Initial Public Offering, ou oferta pública inicial de ações), do Santander Brasil, que chegou a US$ 8 bilhões – o maior do mundo no ano passado. O potencial de crescimento do Brasil é grande. O banco precisa ter uma base de capital que lhe permita aproveitar as oportunidades, principalmente na área de crédito.

Leia a entrevista completa publicada na revista Época