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As milícias petistas e os atentados à liberdade de expressão Bem treinada e bem organizada, a tropa de choque da esquerda totalitária age sem constrangimento no país, como se tivesse um salvo-conduto para subverter a ordem democrática

Não sou advogado do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara Federal, nem tenho procuração para defendê-lo. Mas a ação das milícias petistas e de outros partidos de esquerda, como o PSOL, o PSTU e o PC do B contra ele deve ser alvo da indignação de todos os brasileiros que defendem a liberdade de expressão e repudiam qualquer iniciativa de violá-la.

Bem treinadas e bem organizadas, como os velhos soviets leninistas, as milícias da esquerda totalitária do país atuam como se tivessem um salvo-conduto para subverter a ordem democrática, com o objetivo de defender suas bandeiras autoritárias, seus líderes messiânicos e o governo que acreditam representá-las.

Nesta sexta-feira, pela terceira vez em menos de um mês, os aloprados da gauche tupiniquim se reuniram para impedir novamente Eduardo Cunha de discursar em público. Desta vez, quebraram as portas de vidro e invadiram as galerias da Assembleia Legislativa da Paraíba, para evitar que ele falasse aos políticos locais. Na semana passada, Cunha já havia sido hostilizado de forma semelhante em Porto Alegre (RS) e no final de março, em São Paulo.

Não é preciso ir muito longe para entender por que os radicais de esquerda elegeram Cunha como alvo preferencial. Desde que assumiu o comando da Câmara, ele vem reforçando, de forma inédita na última década, a independência do Legislativo em relação ao Executivo, provocando a ira de petistas, simpatizantes e afins. Cunha também tem despertado reações agressivas dos milicianos da esquerda ao colocar em pauta projetos que eram travados há anos no Congresso pela tropa de choque petista, apesar de serem apoiados pela ampla maioria dos parlamentares, como o projeto da terceirização de mão de obra, aprovado na quarta-feira pela Câmara.

Os métodos usados pelos radicais de esquerda para expressar seu descontentamento contra Cunha não são novos. Infelizmente, tornaram-se parte de nosso cotidiano e passaram a ser encarados como um direito democrático. O pior é que as autoridades parecem se importar pouco com isso e com o efeito que esses atos provocam no dia a dia da população.

Sempre que alguém ousa desafiar os dogmas das milícias ou colocar em risco seus gurus elas partem para a agressão, como aconteceu durante as manifestações das centrais sindicais chapas-brancas na terça-feira, em Brasília. Quem não se lembra também do que ocorreu com a blogueira Yoani Sánchez quando ela esteve no Brasil, em 2013? Só para refrescar a memória: ela teve de cancelar uma noite de autógrafos em São Paulo, por causa de manifestações promovidas por um grupo nanico da SS da esquerda contra ela e a favor do regime ditatorial de Fidel Castro. “Sai fora blogueira imperialista”, “a América Latina vai ser toda comunista”, “mercenária” e “funcionária da CIA” foram algumas das “palavras de ordem” gritadas pelos milicianos da esquerda. Quem não se lembra também do manifesto de apoio à Coréia do Norte lançado pelo PC do B também em 2013? Pode parecer “intriga da oposição”, mas — acredite — foi o que aconteceu.

Num momento em que o país vive uma de suas piores crises econômicas e políticas – talvez a pior – desde a redemocratização, com a presidente encurralada desde a sua posse, convém identificar sem rodeios de onde parte a violência e quais são os ideais que estão por trás das organizações paramilitares que a praticam. É possível que, ao final, seus comandos estejam bem mais próximos dos gabinetes do poder e de seus aliados do que seria desejável.

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