O ministro das Cidades, Gilberto Kassab, ex-prefeito de São Paulo e presidente licenciado do PSD, não aposta no apoio do partido à reeleição do atual prefeito paulistano, Fernando Haddad. “Acho difícil”, afirmou Kassab, alegando posições divergentes com Haddad sobre a gestão da cidade. Embora dê preferência no momento ao lançamento de uma candidatura própria, ele não descarta uma aliança do PSD com Marta Suplicy, pré-candidata do PMDB, com quem teve uma disputa acirrada durante a campanha de 2008, e mesmo com o PSDB. Em entrevista exclusiva a ÉPOCA, concedida durante um encontro de empresários na capital paulista no final de novembro, antes da aceitação do pedido de impeachment de Dilma, Kassab falou também sobre os conflitos do PSD com o PMDB, no plano nacional, por conta do apoio que ele deu à criação do Partido Liberal (PL), para abrigar dissidentes peemedebistas.
ÉPOCA – No começo do ano, houve um ruído forte do PSD com o PMDB, por conta da ideia que o senhor apoiou de recriar o Partido Liberal (PL), para abrigar os descontentes do PMDB e de partidos de oposição que queriam apoiar o governo. Como está hoje a sua relação com O PMDB? O senhor está reconstruindo as pontes com o partido?
Gilberto Kassab – O PL foi um instrumento que algumas lideranças políticas usaram para poder viabilizar a vinda para o PSD. Essas lideranças se arrependeram de não ter vindo para o PSD e acreditaram que o melhor instrumento seria ir para um partido novo e depois fazer uma aliança sólida ou uma fusão, uma incorporação. O PSD, que foi pioneiro em relação a sua visão de que a Constituição permitiria a criação de um novo partido, é um partido que hoje ajuda o país, veio para ficar. Em relação ao PMDB existe uma relação que, em alguns momentos, pode ter suas divergências – e é natural que isso acontece. Quem não entende isso com naturalidade não compreende o que é a relação entre os partidos numa democracia. Agora, em diversos momentos, em diversos locais tivemos parcerias com o PMDB. Em São Paulo mesmo, apoiamos a candidatura do Paulo Skaf ao governo do estado em 2014. No Rio de Janeiro, apoiamos a candidatura do Pezão, e no plano nacional apoiamos a candidatura do vice-presidente da República, Michel Temer.
ÉPOCA – Em relação à eleição para a prefeitura de São Paulo, em 2016, como deve ficar a do PSD?
Kassab – Não há partido que não queira dar prioridade, sempre, em especial numa eleição importante, para a candidatura própria. Então, na cidade de São Paulo, o PSD não deixará de ter essa preocupação. Nós temos já uma pré-candidatura que é a do Ricardo Patah, que é presidente de uma central sindical importante, a União Geral dos Trabalhadores (UGT), e de um dos maiores sindicatos da cidade São Paulo, o Sindicato dos Comerciários. Ele tem experiência, em especial no mundo do trabalhador, e tem uma visão aberta da administração pública. Isso não quer dizer que o partido vá se fechar e definir com rigor que terá uma candidatura própria de qualquer maneira. Sempre existe uma hipótese de uma aliança, mas nossa prioridade é a candidatura própria a prefeito.
Leia a entrevista completa com Gilberto Kassab no site da revista Época
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