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“A esquerda tem de unir igualdade e liberdade” O prefeito petista Jairo Jorge deixou de lado a ideologia na gestão – e diz que o modelo que levou à tragédia do socialismo não faz mais sentido hoje

O gaúcho Jairo Jorge, prefeito de Canoas, cidade de 330 mil habitantes na periferia de Porto Alegre, é um dos administradores mais populares e bem-sucedidos do PT no país. Reeleito com 70% dos votos em 2012, Jorge, aos 51 anos, governa sem se preocupar muito com a ideologia e adota medidas heterodoxas para um petista, como cortar o Imposto sobre Serviços (ISS), para atrair mais empresas. Um dos nomes mais cotados para ser o candidato do PT ao governo do Rio Grande do Sul em 2018, ele foi escolhido, recentemente, como coordenador nacional de prefeitos da campanha da presidente Dilma à reeleição, com Maguito Vilela (PMDB), prefeito de Aparecida de Goiânia, em Goiás.

ÉPOCA – O senhor é considerado um petista pragmático, que não leva muito em conta a ideologia. Isso provoca muitas críticas no partido. O que o senhor pensa disso?
Jairo Jorge – No PT, minha concepção política sempre foi de pluralidade. Sempre integrei um campo político que buscou esse arejamento, essa posição mais heterodoxa. Todo gestor, todo político, todo líder que quer transformar, inovar, precisa ter coragem para ousar. Na história política, a esquerda sempre teve essa capacidade de renovação. Temos de manter a inquietude, buscar novas respostas para novos problemas.

ÉPOCA – Em 2013, quando o senhor foi ao Fórum da Liberdade, em Porto Alegre, foi criticado pela esquerda mais ortodoxa do PT. Como viu esse episódio?
Jorge – Respeito as críticas, mas as pessoas que têm capacidade de diálogo não podem se furtar a participar. Nós, de esquerda, temos de dialogar e ouvir ideias diferentes. Isso não significa que mudaremos nossas ideias, mas temos de evoluir. Gandhi dizia que era fiel à verdade tal como ela lhe era apresentada a cada dia e que evoluía de verdade em verdade. É essa capacidade de transformação que precisamos ter. É assim que temos de construir a democracia.

Leia a entrevista completa publicada na revista Época